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sexta-feira, outubro 19, 2007

" Gosto de te pensar bem. Feliz. Ainda que o horizonte nos separe. Ainda que não te veja o olhar e desconheça os meandros do teu sentir. Terás saudades? Memórias do tempo em que o teu corpo e o meu..."
Penso, penso. Resisto ao impulso. Fecho os olhos e apago a memória. Às vezes, enrolada em mim, numa cama perdida do outro lado do mundo, lembro-me do teu cheiro. Doce perfume...Lembro-me...E enrolo-me ainda mais em mim, no esquecimento do meu corpo. Na ausência de ti. No escuro da noite.
Onde estás agora? Quantos risos, gestos, palavras distribuis? Onde paira a tua alma?
Enrolo-me no desconforto frio do meu vazio de ti...

quarta-feira, outubro 17, 2007

Eram nove da manhã quando por aí entrou, pedindo ajuda. Às primeiras recusas, começou a chorar. Dizia que um dia se mataria porque não aguentava mais. Ninguém lhe ligou. Uns viravam costas. Outros enxotaram--no. Houve até quem se oferecesse para lhe bater.
É alcoolico, disseram, não vale a pena! Isto é mesmo assim! Pede ajuda e depois embebeda-se!
Já ninguém acredita!
Dizem que os médicos já não o ajudam. Dizem até que já nem o deixam entrar no Centro de Saúde. Parece que a mulher trabalha lá. Parece que a vergonha é maior...
Mas ele não foi embora. Chorava. Pedia ajuda. Dizia que sozinho não era capaz de parar, mas que queria parar. Até pedia para que o internassem no Hospital Psiquiatrico dos Canaviais. Acho que de uma vez até resultou mas ele saiu com termo de responsabilidade e um dia teve uma recaída...Talvez entre tantas outras...
Para que bebe ele?? Ele até é bom homem e anda muito tempo sem beber. Mas depois mete-se na bebida e chateia toda a gente para o ajudar. Para quê se depois ele volta outra vez?!
Dizem...
Lá para o fim da manhã veio a GNR e levou-o.