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quarta-feira, maio 30, 2007

Pedofilia

Quando se pensava que já se tinha visto tudo, eis que nos chega pela primeira pessoa o relato convicto de uma das maiores enormidades dos últimos tempos!
Tem dúvidas?? Então veja o que diz o magistrado sobre a redução da pena ao pedofilo!!http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=815241&div_id=291
São, no mínimo estranhas algumas das suas convicções e afirmações! Senão vejam: "O juiz reafirma que a diferença entre a violação de uma criança e um menor de 13 anos é inequívoca. «A realidade diferencia as situações. Uma criança de cinco, seis ou sete anos não tem erecção e esta teve. (...)"
Gostaram? Mas há mais!! Muito mais para estranhar: "Ao 24 Horas, o magistrado diz ainda que «um rapaz de 13 anos em plena puberade não tem por sete vezes erecções e ejaculações obtidas à força». O juíz não acredita que o rapaz não tivesse consciência dos seus actos. "
Resta-me saber como, como sabe este senhor magistrado tanto acerca de erecções provocadas à força em meninos de 13 anos ou menos!!
Mas concerteza que para o acordão ser inatacável, como ele próprio o diz, concerteza que esse senhor lá deve ter explicado - e justificado - em que se baseia para afirmar com tanta convicção isso mesmo!!
Pois por mim, repugna-me saber o que ele pensa. Repugnam-me as suas justificações. Repugna-me saber que tem poder para decidir a vida dos outros. E que a sua decisão é repugnante.
Eu sou a favor de que seja tornada pública - com fotografia - a lista de todos os pedofilos em Portugal!
Como mãe, como cidadã, entendo que tenho o direito de saber quem são, onde estão.
É minha função proteger o meu filho. E também é minha função proteger os filhos dos outros, se os seus pais forem ausentes nesse dever.
Por isso, ganhem coragem: publiquem a dita lista!

sexta-feira, maio 18, 2007

Mãos feridas na porta
dum silêncio


Vida que às costas me levas
porque não dás um corpo às tuas trevas?


Porque não dás um som àquela voz
que quer rasgar o teu silêncio em nós?


Porque não dás à pálpebra que pede
aquele olhar que em ti se perde?


Porque não dás vestidos à nudez
que só tu vês?


Natália Correia

quinta-feira, maio 17, 2007


Sinto um fio de água descendo lentamente pela minha face.
Não tenho memória de ter algum dia sentido esta dor.
Não recordo, por entre todas as tristezas, algo que me rasgasse assim.
Sinto que uma dor…vazia.
Como se uma mão me tivesse esgravatado o peito e de lá arrancado tudo…
E de repente, nada tenho senão um vazio profundo, feito de silêncio e de dor. E até de ausência de dor. Ausência de tudo. O que dói ainda mais…
E nas sombras das paredes me movimento, silenciosa. E no contraste da sombra com esta luz que tudo queima, também esta penumbra das paredes me dói. Como fogo. Deslizo em movimento mecânico. Porque o rumo se perdeu. Não sou mais quem construí. Imponderáveis, pedregulhos em que fui tropeçando, rasgões de sangue que nunca cicatrizaram.
Sou uma miragem de mim, perdida entra as sombras destas paredes que tacteio e a luz incandescente que tudo abrasa. Sou…apenas. Sobrevivo ao devir, às mãos que me despedaçam. Sobrevivo. Nem sempre coerente. Raramente lúcida. Mas nunca imaginei que existisse além da dor, além do sentir. Para além do imaginável. E o que existe? Vácuo. Escuridão. Fogo. Ar irrespirável. Mesmo que já não se queira respirar. Mesmo que já não se queira mais nada. E…já nada mais se quer…
Paro no fim desta sombra, na esquina desta rua. Olho. E numa réstia de memória recordo as asas de uma gaivota planando sob o céu azul profundo. E chega-me o perfume da água salgada. E a imagem daquele mar imenso. E apanho uma onda branca e atiro-me…não me interessa saber se as pedras desta calçada são escuras e gastas e me queimam a pele. Sabe-me a mar revolto, a espuma salgada. Deixarei que este ondular me leve de volta para onde nunca estive. Que venha o mar e me abrace neste sonho de reencontro que nunca saboreei. Até sempre…

quarta-feira, maio 16, 2007

Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.

(Eugénio de Andrade)

terça-feira, maio 15, 2007

"Every Time We Say Goodbye"

Ontem, foi segunda-feira. Um dia difícil.
Acordei já cansada. A noite que não me retirou o cansaço acumulado nas duas últimas semanas.
Talvez por isso...
Acordei já com a música a ouvir-se dentro de mim. A mesma música. E foi-se fazendo ouvir pelo dia fora. Até se tornar insurdecedora.
Hoje...deixo-a aqui. Para que me deixe e não mais me importune.
.
"Every Time We Say Goodbye"
.
Everytime we say goodbye
I die a little
Everytime we say goodbye
I wonder why a little
Why the gods above me
Who must be in the know
Think so little of me
They allow you to go
.
When you're near
There's such an air
Of spring about it
I can hear a lark somewhere
Begin to sing about it
There's no love song finer
But how strange the change
From major to minor
Everytime we say goodbye
.
There's no love song finer
But how strange the change
From major to minor
Everytime we say goodbye

segunda-feira, maio 14, 2007

Custa-me perceber porque se acomodam as pessoas...
Porque será que não lutam por aquilo que desejam?
Porque será que se confinam às condicionantes?
Quando se quer mesmo, não vale a pena tentar, mesmo que tudo esteja contra?
Eu acho que basta querer...para acontecer.

terça-feira, maio 08, 2007

O Cinema em Portel... e não só!

(Foto do ensaio de "Conversas de Camarim")

Pois sim! O V Festival de Cinema e 4º Concurso Nacional Escolar "O Castelo em Imagens" arrancou ontem, segunda-feira, dia7.
Claro que, antes desta inauguração - Magnífica! - muito trabalho foi feito mas sinto-me feliz pelo dia de ontem!
São quase 800 trabalhos (distribuídos por vídeo, fotografia e desenho) a concurso de alunos de Portugal Continental e Ilhas (Sim, porque os Açores estão muito bem representados!), além de outros países como Timor, Polónia, México, Alemanha e Suiça.
A inauguração deste evento teve o seu ponto alto com o espectáculo "Conversas de Camarim", com a Simone de Oliveira e o Vitor de Sousa, acompanhados ao piano por Ernesto Leite.
Um espectáculo magnífico! Intenso e intimista. Poemas, músicas, histórias de camarim, memórias de Torga, Ary dos Santos, Varela e tantos outros que a memória vai perdendo... Um espectáculo onde a saudade, a imensa saudade que nos constroi se fez sentir, nos fez rir e também emocionar.
Dois Artistas excelentes que a nós trouxeram outros tantos, excelentes como eles, numa escolha minuciosa de poemas e musicas.
De parabéns está a o senhor Presidente que nos proporcionou o espectáculo, o Lauro António, director do Festival que o sugeriu, Fátima Bernardo que o idealizou, Simone de Oliveira e Vitor de Sousa que nos fizeram vibrar com a vida, a memória das vidas, deles e de muitos tão importantes, tão caros, para que perdurem na nossa memória...para sempre!