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segunda-feira, março 26, 2007

Mais um bocadinho...

(...) As palavras são como a música. Às vezes nem é preciso ouvir distintamente uma música para saber se gostamos. Tem um ritmo, uma melodia de fundo que sabemos distinguir. E sabemos logo que gostamos. São coisas. Gosta-se. (...) É só mais uma história de paixão. Entre duas pessoas. Não importa quem é quem. Importa que a paixão está lá, pelo menos momentaneamente. E a vontade de fazer loucuras. E viver o outro em todos os segundos dos dias. E a vontade de beber com sofreguidão, como se o tempo acabasse logo ali. E o desespero das horas em que não se está, em que o pensamento inventa mil e uma formas de recordar, relembrar e reviver sons e imagens, nem sempre reais. (...) Podiam ser duas mulheres. Mas também podiam ser quaisquer outras pessoas. Porque no fim da história, abandona-se a paixão, o desejo, o outro. Para que o nosso amor permaneça intacto, intocável, assim termina. Assim. Sem mais nada. Rasga-se uma teia de dependências. De convivências permitidas pela cumplicidade egoísta em ter. Termina-se e pronto. Como quem pergunta as horas a um estranho na rua. Obrigada. Nunca se diz até um dia destes. Porque a possibilidade de voltar a acontecer é quase impossível. O interesse é quase nulo. É assim. Assim se acabam histórias de paixão. E de amor também. O que fica depois disto, não interessa escrever. Será uma outra história. Já não vivida a dois. Mas de solidão.