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sexta-feira, março 24, 2006

Folhas caídas...


Estou sozinha, sabes? Sozinha. Nem tu, nem ninguém mais se senta a
meu lado. Este banco de jardim passou a ser apenas meu. Sento-me mas
não me recosto. Assim, sei que os meus olhos não olharão em frente.
Apenas o chão. E procurarão apenas milhares de pormenores nas folhas
que se amontoam aos meus pés. Verdes, amarelas, castanhas, secas.
Velhas, amarrotadas. Não vejo ninguém assim. Não vejo olhos, sorrisos.
Também é mais fácil deixar cair as lágrimas. Porque não escorrem.
Caiem directamente e salpicam as folhas mortas.

quinta-feira, março 23, 2006


Acompanhas-me nestes percursos de dor. Silencioso. Mas por vezes sei-te demasiado distante. Porque não te sinto. Nesses momentos, percebo que não estás para sempre. Que nada é para sempre. Só esta dor. Não são palavras que me dizes. São sorrisos de olhos desencontrados. Desencantados. Nada é para sempre. E nesses momentos, sei que também o sabes. E que tardas em me contar. Porque amas ainda a lembrança do meu sorriso. Aquele que há muito não te ofereço. Não porque não te ame mais. Porque sabes que os meus sorrisos me são dolorosos. Tardas em me contar. Porque sabes que te direi que o amor não é como as outras coisas. O amor fica para sempre…

quarta-feira, março 22, 2006


O dedilhar das pétalas. Suaves como uma carícia. O perfume. Sabe-me a beijo roubado.
As memórias confundem-se. Não sei precisar todos os pormenores. Vejo bocados, rasgados. Trechos entrecortados. Juntos, os bocados não fazem um todo. Mas fazem sentido. Algum, pelo menos. Sim, apenas algum sentido. Não todo. Não o suficiente para mim. Mas doloroso. Tivesse tanto de compreensão como de doloroso e estaria a história toda completa. Mas não está. Vejo apenas bocados. E penso muitas vezes se será a dor que me impede de ver tudo. Se a memória tiver sido selectiva e escolhido o menos difícil de recordar? E aí, assusto-me. Encolho-me…será isto o mais fácil? Haverá ainda algo mais difícil de recordar?...encolho-me e fecho os olhos. Penso. Mas não me lembro de mais nada….por vezes, há sensações que me assaltam. Sensações que me retiram força e o ar que respiro. E que vem acompanhadas de imagens. Fugazes. Indefinidas. Tão rápidas que não permitem reter faces, pormenores que me deixem identificar pessoas. Sensações que se repetem. E que no passar dos tempos vêm reduzindo o espaço da sua intermitência.
Não sei o que são. A quem se dirigem. Serei eu? Serei eu agora, nesta vida? Parece até ridículo pensar se é a esta vida que se reportam. Mas é fácil de perceber. É fácil de entender este desejo. São essas memórias de tal forma perturbadoras que desejo acreditar que se tenham passado em outras vidas que não esta. Não esta. Não esta…
Mas vejo imagens que me rasgam. Que me doem. Fisicamente. Principalmente, fisicamente. Acho que me doem na alma apenas por consequência. Por serem uma consequência. E até aqui me parece que a memoria escapa ao meu comando. Vejo mas não quero ver. Vejo mas não sei ver. Continuo vendo e não querendo ver. Mas vendo sempre. Porque quero saber. Apenas não quero sentir. Preferia que fosse como no cinema. Eu, espectadora. Ora bocejando. Ora rindo. Mas abandonando a cadeira no final sabendo que a história acaba no final da película. Mas este argumento ainda não está todo escrito. Não sei como acabará. Não sei por que provações me fará ainda passar. Que torturas me fará sentir. Mas sei…não, não sei. Vou jogando com as palavras. Tentando encontrar o rumo certo. Para que sejam elas a contar-me as histórias que não quero ter vivido. Para que não me pareçam minhas enquanto as escrevo. Como uma expurgação.

terça-feira, março 21, 2006

Há tantas coisas que nunca te disse...

Há tantas coisas que nunca te disse - e dizias tu que eu
falava de mais. Flutuo por este noante em busca dessas
palavras a menos, atravessadas entre nós como um longo
corredor de prisão. Em vida, sussurrava: não te perdoo o que
não soubeste saber de mim. Este noante revela-me a verdade
invingada: não me perdoo o que não soube verter-te de mim.
(Inês Pedrosa, "Fazes-me falta")

sexta-feira, março 17, 2006

Fala-me de amor...

quarta-feira, março 15, 2006

Se o amor é intemporal e não nos pertence...

O Mario voltou a escrever. Tem histórias de amor novas para contar! Apetece-lhe sonhar? Então faça-lhe companhia!